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segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Dunga e as Sete Brancas de Neve



País ingrato, esse nosso. Noventa e nove não servem; tem que ser cem. O importante nem é competir, mas ganhar e ganhar TUDO. O esforço não recebe nem um parabéns se não vier acompanhado do resultado positivo. Medalha de prata então nem pensar! “Por que não ganhou o ouro?” Se você for vice-campeão em alguma coisa, prepare-se para ser mais achincalhado do que se tivesse ficado em último (principalmente por aqueles que não conseguem sequer ficar em segundo...). Enfim, neste Brasil de corrupções mil não basta ficar entre os primeiros se você não for O primeiro.
No futebol isso é mais patente. Passar pela Seleção Brasileira trazendo a Copa América, a Copa das Confederações, o Bronze olímpico, além do primeiro lugar nas Eliminatórias da Copa não vale absolutamente NADA se você não ganhar a Copa! A Copa do Mundo se tornou, para os brasileiros, o ÚNICO critério válido para se avaliar um técnico quando chega ao posto máximo, a seleção1.
Sim, é dele mesmo que estou falando: Carlos Caetano Verri, o Dunga, que se junta à Barbosa2 e Zagallo, entre outros, na categoria dos atletas mais injustiçados do nosso esporte.
Pois se de repente a Patrícia Amorim resolver contratá-lo e se em toda a onipresente torcida rubro-negra apenas uma pessoa for à favor, podem ter certeza de que essa pessoa será eu. Dunga tem um futuro brilhante como técnico à sua frente (além de uma porção de gente torcendo contra), basta corrigir alguns erros de avaliação na hora de escalar o time. O principal destes erros é escalar; jogadores que já deram o que tinham que dar e que nada indica que podem render mais alguma coisa. As suas “Brancas de Neve”.
E que venha Dunga!

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O "alerta laranja" já está ligado na Gávea3. Ganhar do Ceará (quem?) por apenas um a zero, de pênalti, é sinal mais do que claro de que as coisas não vão bem. Aliás, já não iam bem desde o ano passado: em 2009 o Fla conquistou o Hexa4 com o pior aproveitamento entre todos os campeões dos pontos corridos. Pois foi, de todos os seus SEIS campeonatos brasileiros, o que foi conquistado com o pior time. A continuar como está, não ficarei surpreso se o time começar a paquerar a zona de rebaixamento, com o acontecia anos atrás.


1 E nem adianta me falarem em Telê Santana, que não ganhando a Copa, mesmo assim se tornou um dos técnicos mais respeitados do nosso futebol. A perda das Copas de 82 e 86 se deu antes que o mundial se tornasse, na mentalidade brasileira, o fim do Arco-Íris. Fosse nos dias de hoje, Telê não seria a unanimidade em que se tornou com o tempo.

2 O goleiro do mundial de 1950, que não teve CULPA NENHUMA no segundo gol do Uruguai.

3 Ou, pelo menos, já deveria estar.

4 Quem não gostar da referência ao SEXTO título pode me processar, se quiser.


Por Carioca Desterrado – 16 de agosto de 2010, 3:10 P.M.