Total de visualizações de página

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Eu avisei!



Já se foi o tempo dos grandes craques ligados eternamente aos grandes clubes; quando, ao mencionar o nome de um astro do football você ouvia o nome de um time praticamente ao mesmo tempo. Jogadores que, pelo menos no Brasil, só vestiram a camisa de um clube, um único clube. Jogadores que tiveram a satisfação de jogar pelo clube para o qual torciam e só nesse clube. Zico, Júnior e Leandro são os melhores exemplos que podem ser mencionados nesse caso; não apenas em termos de Flamengo, mas no Brasil todo. Este último então declarou, numa entrevista recente, o seu orgulho em ter vestido durante toda a carreira apenas a camisa do Fla e a da seleção. Imaginem o MEU orgulho ao ouvir isso de um dos maiores laterais direitos não só do Flamengo, mas do Brasil!
Os tempos são outros hoje. Torcedores, só nas arquibancadas; no campo os “profissionais”. Suam a camisa pra quem pagar mais e ai dos clubes se não pagarem... Nos grandes clubes as cifras são milionárias, fora os “direitos trabalhistas” e outros quetais. O jogador que outro dia desses mandou beijos pra torcida hoje está dando uma banana. A lealdade desses “profissionais” dura enquanto tudo e$tiver bem.
Pois time nenhum, NENHUM, está livre disso. Ou alguém aí achou que com o Flamengo seria diferente? Não, não seria nem será nunca. O recente afastamento de Ronaldinho Gaúcho expôs, no time da Gávea, a grande fragilidade da parte humana do football; o conflito entre a paixão em campo e a preocupação com a conta bancária. Corro atrás da bola ou das minhas centenas de milhares de reais (euros, dólares)? Jogo no time do qual sou fã ou naquele que me pagar mais? “Amor à camisa”? O que é isto mesmo?
Diferente (beeeem diferente) dos jogadores que eu citei anteriormente, Ronaldinho Gaucho não tinha nenhuma, absolutamente nenhuma ligação com o Flamengo quando chegou para defender o rubro-negro. Ele veio jogar aqui apenas atrás da melhor oferta, financeiramente falando. Era óbvio demais que tudo isso iria acabar quando os salários atrasassem. E os salários sempre atrasam nessa parte do planeta onde os clubes fazem promessas mirabolantes para trazer um craque e ficam devendo as calças depois.

Não condeno (preparem as vaias) RG10 por ter procurado os seus “direitos”; afinal, contratos têm que ser honrados na íntegra. Só lamento ver o Flamengo arrastado nessa voragem por imprudência de seus dirigentes. Todo esse quadro que eu descrevi já é relativamente antigo; simplesmente não consigo entender a ingenuidade patológica dos dirigentes brasileiros, os do Fla no meio, em achar que com eles vai ser diferente. A torcida rubro-negra fazia festa quando da apresentação de Ronaldinho e eu escrevia em 3 de fevereiro do ano passado:

“...o Ronaldinho que agora é Flamengo não é aquele que arrebentava no Barcelona, mas sim o que jogava no Milan, não sei se fui claro o bastante. Tem football para ser titular? Sim, de sobra. Vai virar ídolo? Só depende dele. Time e torcida estão fazendo cada um a sua parte, o resto é consequência”. http://bacalhauxurubu.blogspot.com.br/2011/02/esta-consumado.html

E as consequências vieram, como vimos nos últimos dias. As piores possíveis: o craque em questão pulou fora em meios a vaias da torcida e agora aciona o Flamengo na Justiça. Satisfeita, Patrícia?

Agora RG10 é passado. Passado pra torcida; os dirigentes do Fla que se entendam com ele nos tribunais. Há todo um campeonato pela frente e, pelo andar da carruagem, a torcida tem todas as razões possíveis pra ficar apreensiva. Eu já estou, mas sobre isso a gente fala mais pra frente.

 

Por Nielsen, Carioca Desterrado

Em 4 de maio de 2010,1:00 P.M.

Nenhum comentário:

Postar um comentário