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Na boa, alguém aí consulta bancos de dados futebolísticos na hora de escolher para qual time vai torcer? Tipo, procura saber quem ganhou mais, quem perdeu menos, essas coisas? Enfim, alguém aí torce para esse ou aquele time com base em estatísticas previamente conhecidas? Suponho que não, pois todo torcedor é torcedor desde a mais tenra idade, ou seja, quando não tinha senso crítico suficiente para avaliar a relação custo-benefício envolvida. Do contrário a distribuição das torcidas em relação aos times do Brasil seria diferente, bem diferente (do segundo lugar pra baixo, é claro). Mas o fato é que aquele tipo de estatística só serve pra ou encher de orgulho ou matar de vergonha depois; ninguém, NINGUÉM vai ser mais ou menos torcedor porque o seu time, sei lá, foi o que menos fez gols nos dez minutos finais. Ou tomou mais cartões vermelhos em dias de chuva. Ou chegou mais vezes às semifinais jogando com o segundo uniforme... Tudo isso é um exercício de ociosidade crônica, coisa de desocupado mesmo. Eu não tenho tempo pra ficar levantando essas estatísticas, o meu colega de blog também não. Portanto, diante de uma tabela de comparações desse tipo, seja ou não favorável ao Fla, eu reajo com um sonoro “E DAÍ?”. A única estatística que realmente importa é a que leva ou não ao título que ora está em disputa. Ou mesmo o número de títulos conquistados; coisa que, neste oceano de subjetividades que é o
football, serve para (mais ou menos) definir quem é grande e quem é pequeno. Não sei se na Europa também é assim, mas no Brasil cada vez mais as torcidas se armam de números, tabelas e gráficos para, como se isso fosse necessário, justificar sua preferência futebolística e, de lambuja, zoar o adversário. Pra poder rir por último essa gente é capaz de tudo. Não vou dizer que eu nunca citei dados estatísticos, mas também nunca precisei deles para justificar minha segunda pele rubro-negra (já falei sobre isso aqui:
http://bacalhauxurubu.blogspot.com/2010/08/por-que-flamengo.html). Portanto, se alguém aí conseguir localizar o gênio que “descobriu” que o Flamengo tem mais “vices” que o Vasco (SIC!), peçam a ele para contar quantos grãos de areia têm na praia. Tempo pra isso ele tem de sobra.
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Por falar nisso, deixem eu desmistificar um assunto que já deu no saco; a única diferença entre uma torcida e outra é o tamanho. Mais nada. Torcida mais isso ou mais aquilo é conversa pra boi dormir. Simplesmente não é possível mensurar, com dados exatos, o grau de empolgação, confiança no time, vontade de ir ao estádio, ou, vá lá, amor ao time de qualquer torcida no Brasil e no resto do mundo. Diferenças entre etnias, assunto para antropólogos, até podem ser estabelecidas com um certo grau de exatidão. Mas no quê, me digam no quê uma camisa, um escudo, um hino e um nome influenciam o caráter, personalidade e/ou temperamento de uma pessoa? Em nada, minha gente. Em nada.
A quantidade de torcedores que um time tem, aí sim, é um dado empiricamente observável e matematicamente demonstrável. O resto é elucubração mental de torcedor de “time pequeno que se acha grande”. Quem quiser discordar disso tem que falar apenas em seu próprio nome, não deve nunca alegar a autoridade de uma massa de gente (a torcida em questão) que nunca lhe autorizou para isso e da qual ele não conhece pessoalmente sequer 0,001%.
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A FIFA nasceu depois do football. A FIFA não inventou nenhum dos fundamentos do violento esporte bretão. A FIFA não escolheu o time para o qual você (seja você quem for) iria torcer. A FIFA não faz a menor ideia sobre a escalação do seu time para o próximo campeonato. A FIFA não joga bola. A FIFA não entra em campo para disputar nada. A FIFA é uma entidade que pode desaparecer de uma hora para outra sem que isso altere em nada o correr da bola pelo mundo. A FIFA é aquela entidade que faz mil e uma exigências caso um país deseje sediar uma copa, mas não oferece nada e ainda leva toda a renda gerada. Se um dia as federações de football dos diversos países que compõem aquela entidade pularem fora e criarem outra entidade similar, como ficará a FIFA? Se a FIFA “decidir” que o Brasil não é mais pentacampeão do mundo e redistribuir os cinco títulos entre outros países, como fica? Afinal, a FIFA manda, não é mesmo?
Por tudo isso e algo mais eu só posso classificar como patética toda argumentação que se escore em “decisão da FIFA (como quem diz: “São Joseph Blatter, rogai por nós!”). Se a FIFA, ah, a gloriosa FIFA, não reconhece um título de um campeonato apenas porque que ela não organizou, azar o dela! Como eu disse antes, quem entra em campo são os times; aqueles engravatados de Zurich não têm nada a ver com isso.
O mesmo raciocínio vale para a CBF, aquela irrelevância insepulta; dá tudo no mesmo.
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Já vi o meu time perder de seis, o meu colega de blog também já sofreu com esse placar. Qualquer time está sujeito a isso. Dói, é claro que dói. Mas, a menos que a arbitragem tenha interferido, o único culpado é sempre o próprio time. Então me espanta o que certos torcedores são capazes de fazer quando não querem digerir um resultado desfavorável desse tipo. A moda agora é alegar “mala branca”. Ou preta mesmo, na pior das hipóteses. O que não passa na cabeça destes infelizes é que não existe corrupção sem corrompido; como eu postei no Facebook outro dia desses: “Tem gente que gosta de dar tiro no pé: se alguém te comprou é porque você SE VENDEU”. Admitir que o time foi uma vergonha em campo e, pior, mereceu a derrota e o placar, ah, isso nunca!
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E, por fim: o Flamengo chegou à última rodada do Brasileirão com uma meta específica. E a alcançou. Já o time do meu colega de blog tinha um objetivo beeeeem diferente... E o que aconteceu? Hein, hein? Os anos anteriores já passaram, me desculpem a redundância. Já os próximos, ninguém os conhece. Mas em 2011, eu disse em 2011, VICE foi o Vasco, ah, foi! Ou não?
Por Nielsen, Carioca Desterrado
Em 9 de dezembro de 2011,4:15 P.M.