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sexta-feira, 11 de março de 2011

E agora, José?

 

 Sobre a vitória de ontem contra o Bangu (time que já deu trabalho, mas lá na década de 80) não há muito o que falar; ganhou jogando pouco e por pouco não perdeu. Já viram esse filme antes? Sim, e pelo andar da carruagem a sessão de cinema não vai terminar tão cedo. O Fla está invicto no campeonato: 11 jogos, 10 vitórias e 1 empate. O time está unido, entrosado e et cetera. Rotina, rotina e mais rotina.

O problema que parece estar se instalando na Gávea se chama Adriano. O cara nem joga mais lá e está dando um princípio de dor de cabeça que pode acabar mal; Vanderlei Luxemburgo não o quer e já deixou isso bem claro em entrevistas: “ou ele ou eu”. Luiz Augusto Veloso o apoia. Mas a Patrícia andou insinuando que gostaria de ter o Imperador novamente. E agora?

E AGORA?

Isso não vai prestar. Afinal de contas quem manda em um time? O dirigente, que muitas vezes não entende nada do assunto? Ou o técnico, que foi contratado justamente para isso? A seu favor Vanderlei pode argumentar que o grupo está fechado e não tem tido problemas até agora. A diretoria vai alegar o passado recente do Imperador no clube, afinal ele poderia somar ao grupo...

Simplesmente não tenho opinião formada sobre isso, digo sobre a vinda ou não de Adriano. Mas sobre a questão da autoridade não há o que discutir: impor ao treinador, seja ele quem for, este ou aquele atleta é violar o principio da hierarquia do football. Esta hierarquia começa e termina dentro do campo; não se estende a mesa da presidência. Quem manda no time é o treinador e ponto final. O Luxemburgo, que teve a coragem de afastar jogadores como Corrêa, Kléberson e Val Baiano, além do Pet, agora teria que engolir uma imposição vinda “de cima”? Qual de vocês engoliria isso?

Mas o problema é mais sutil, entra no campo do subjetivo, do palpite puro e simples. Adriano poderia dar certo de novo no Fla? Sim, poderia. Como poderia dar extremamente errado. Simplesmente não dá pra saber. Conservador que sou, prefiro pautar minhas opiniões sobre a autoridade de um passado conhecido e consolidado e não na de um futuro hipotético e imprevisível por definição. O risco é muito grande; Adriano é um jogador diferenciado, é estrela. Isso é um fator de desagregação, ainda mais em um time que já tem Ronaldinho Gaúcho e seus privilégios. Tudo isso tem que ser colocado na balança, minha gente!

Portanto não me perguntem o que eu “acho” de uma possível vinda do Imperador; eu não acho nada. Se o Deivid pelo menos estivesse numa fase mais regular... Eu, que outrora o defendi, já estou começando a rever minha posição. Falta um centroavante, né? O Adriano de dois anos atrás seria esse cara, certamente. Pois, se o Luxa não quer o Adriano, que cite um nome para que a diretoria se vire pra contratar, seria mais coerente.

Enfim, o que o Flamengo teria a perder com a vinda de Adriano? Tudo, pois ele sozinho conseguiria desmontar a paz da Gávea. E o que teria a perder se ele não viesse? Quase nada, imagino. Se ele vier, não vou reclamar. Se não vier não vou ficar triste. Mas uma coisa é certa: ele já está dando trabalho.

Portanto, tirem as suas próprias conclusões e depois aguentem o tranco.




Por Nielsen, Carioca Desterrado

Em 11 de março de 2011, 1:30 P.M.